Saiba quais falhas atingem os motores 1.0 Firefly e 1.6 EC5 em modelos da Fiat, Peugeot e Citroën, e o que verificar antes de comprar um usado.
Os motores 1.0 Firefly e 1.6 EC5 estão presentes em diversos carros da Fiat, Peugeot e Citroën no Brasil. O primeiro equipa modelos como Mobi, Argo, Strada e Cronos. Já o EC5 aparece nos hatches Peugeot 208, Citroën C3 e até no Fiat Pulse.
Embora esses motores tenham conquistado espaço pelo baixo consumo e boa oferta no mercado, alguns problemas técnicos vêm sendo relatados com frequência, incluindo vibração, superaquecimento e falhas eletrônicas.

Neste artigo, entenda os principais defeitos desses motores, como identificá-los e quais cuidados tomar antes de adquirir um carro com essa motorização.
- Motor 1.0 Firefly 3 cilindros da Fiat: características e uso
- Problemas comuns no motor 1.0 Firefly da Fiat
- Carros com motor 1.0 Firefly 3 cilindros (Fiat)
- Motor 1.6 EC5 VTi: histórico e aplicação em várias marcas
- Superaquecimento e falhas eletrônicas no motor 1.6 EC5
- Carros com motor 1.6 EC5 VTi (Peugeot / Citroën / Fiat)
- Como identificar problemas em motor Firefly ou EC5
- Motores Firefly e EC5 é bom? Vale a pena?
- Conclusão sobre os problemas dos motores Firefly e EC5
Motor 1.0 Firefly 3 cilindros da Fiat: características e uso
O Firefly 1.0 de 3 cilindros foi desenvolvido pela Fiat para atender à demanda por motores compactos, econômicos e eficientes. Lançado no Brasil em 2016, ele começou a ser utilizado amplamente a partir de 2020 em modelos como Fiat Mobi, Argo, Cronos, Pulse e também na nova Strada.
Seu projeto prioriza simplicidade mecânica e baixo custo de manutenção. Com potência entre 72 e 77 cv, é um motor voltado para uso urbano e rotinas com baixa exigência de carga.
Problemas comuns no motor 1.0 Firefly da Fiat
Apesar de ser elogiado por sua confiabilidade geral, o motor Firefly 1.0 apresenta pontos que geram desconforto e insatisfação entre os usuários. O primeiro deles é a vibração excessiva, comum em motores de três cilindros.
Em situações de marcha lenta ou retomadas, o motor transmite trepidações perceptíveis à cabine. Esse efeito se torna mais acentuado em veículos com coxins gastos ou em pisos irregulares.
Outro ponto criticado é o baixo desempenho em determinadas faixas de rotação, principalmente com o carro carregado ou em subidas. A entrega de torque é modesta em baixas rotações, exigindo que o motorista acelere mais para obter resposta.
Isso afeta o conforto e pode comprometer o consumo em trechos urbanos. Além disso, em algumas unidades, o barulho em excesso no cofre do motor é relatado como incômodo após 30 mil km.
Carros com motor 1.0 Firefly 3 cilindros (Fiat)
Esse motor foi lançado no Brasil em 2016, mas passou a ser mais utilizado a partir de 2020, quando se tornou o principal motor aspirado da Fiat para os modelos de entrada.
Modelos e anos de fabricação com motor 1.0 Firefly:
- Fiat Mobi 1.0 Firefly – de 2021 até o presente (substituiu o motor antigo 1.0 Fire EVO)
- Fiat Argo 1.0 Firefly – de 2021 até o presente
- Fiat Cronos 1.0 Firefly – de 2022 até o presente
- Fiat Strada 1.0 Firefly – de 2021 até o presente, nas versões de entrada com motor aspirado
- Fiat Pulse 1.0 aspirado Firefly – não existe: o Pulse usa o Firefly 1.3 ou o 1.0 Turbo GSE, mas não o 1.0 Firefly aspirado
Todos esses modelos utilizam o Firefly em versões de entrada ou focadas em consumo, geralmente com câmbio manual. Apesar dos relatos de vibração e baixo torque, muitos consumidores valorizam o custo-benefício e a simplicidade mecânica.
Motor 1.6 EC5 VTi: histórico e aplicação em várias marcas
O motor 1.6 EC5 VTi foi originalmente desenvolvido pelo grupo PSA e está presente em modelos como Peugeot 208, Citroën C3 e, mais recentemente, em modelos Fiat como Cronos e Pulse, após a fusão com a Stellantis.
Com comando variável de válvulas e potência de até 120 cv com etanol, esse motor é mais potente e voltado para usuários que desejam desempenho superior.
Apesar da boa entrega de potência e torque, esse motor passou a apresentar falhas técnicas que levantaram preocupação entre proprietários e técnicos especializados.
Superaquecimento e falhas eletrônicas no motor 1.6 EC5
O principal problema apontado nos motores EC5 VTi está relacionado ao superaquecimento, causado por falhas no módulo eletrônico de controle do motor.
Em 2024 e 2025, um recall foi convocado para corrigir um defeito que permitia a infiltração de água na central eletrônica, localizada na parte frontal do cofre do motor. Quando molhado, o módulo deixa de operar corretamente, podendo desligar o motor durante a condução.
Essa falha oferece risco real ao condutor, especialmente em vias movimentadas, pois o veículo pode perder a força repentinamente. Além disso, a substituição do módulo eletrônico fora do recall pode custar caro, e nem sempre há peças disponíveis com facilidade.
Há também registros de falhas no sensor de temperatura, que fazem o carro operar em temperaturas elevadas sem acionar o ventilador de forma correta.
Carros com motor 1.6 EC5 VTi (Peugeot / Citroën / Fiat)
Esse motor é de origem francesa (PSA Peugeot-Citroën) e está em uso no Brasil desde os anos 2010. Após a criação da Stellantis, ele também passou a equipar modelos da Fiat em versões específicas.
O motor 1.6 EC5 está em uso desde 2011 em modelos da PSA, e passou a ser usado em alguns modelos Fiat a partir de 2023, após a fusão das marcas.
Modelos e anos de fabricação com motor 1.6 EC5 VTi:
- Peugeot 208 1.6 EC5 – de 2013 até o presente
- Citroën C3 1.6 EC5 – de 2012 até o presente
- Citroën Aircross 1.6 EC5 – de 2011 a 2021 (descontinuado)
- Fiat Cronos 1.6 EC5 – de 2023 até o presente, em versões vendidas na Argentina e exportadas
- Fiat Pulse 1.6 EC5 – não é comercializado no Brasil com esse motor, mas há registros em mercados específicos da América do Sul
Embora os modelos Fiat tradicionalmente usassem motores próprios, a chegada do EC5 após a união das marcas fez com que veículos da Fiat adotassem esse motor francês, o que gerou dúvidas entre mecânicos e proprietários acostumados com motores Firefly ou E.torQ.
Como identificar problemas em motor Firefly ou EC5
Antes de adquirir um modelo equipado com os motores mencionados, é importante seguir algumas etapas de verificação. No caso do Firefly 1.0, observe o nível de vibração do motor com o carro em marcha lenta e em primeira marcha.
Teste subidas e ultrapassagens para avaliar se a resposta do motor atende às suas necessidades. Ouça ruídos metálicos, especialmente com o motor frio. No EC5, solicite o histórico de revisões e verifique se o veículo passou pelo recall do módulo eletrônico.
Inspecione se há infiltração no cofre do motor, se os sensores de temperatura estão funcionando e se o ventilador liga corretamente.
Uma avaliação feita por mecânico especializado em motores PSA pode ajudar a antecipar problemas. Levar o veículo para um diagnóstico via scanner também é uma forma eficaz de detectar falhas eletrônicas.
Motores Firefly e EC5 é bom? Vale a pena?
Os dois motores têm características diferentes e atendem a públicos distintos. O Firefly é mais indicado para quem busca economia e simplicidade, sabendo que o desempenho será limitado e que a vibração é algo presente.
Já o EC5 oferece mais potência, melhor desempenho e conforto na estrada, mas exige atenção especial com a eletrônica, principalmente nos modelos entre 2023 e 2025.
Ambos os motores são eficientes dentro do que propõem, mas demandam manutenção correta e revisões frequentes. Quando bem cuidados, podem ser confiáveis e econômicos.
O problema é que, no mercado de usados, muitos carros passam por manutenções inadequadas, e isso aumenta o risco de falhas sérias.
Conclusão sobre os problemas dos motores Firefly e EC5
Tanto o motor 1.0 Firefly quanto o 1.6 EC5 possuem vantagens e limitações. No Firefly, a vibração constante e o baixo torque podem incomodar no uso urbano e com carga. Já no EC5, o risco de falhas eletrônicas e superaquecimento exige atenção e verificação cuidadosa.
Ao comprar um carro usado com qualquer um desses motores, vale a pena pesquisar o histórico do modelo, buscar relatos de outros proprietários e contar com a ajuda de um mecânico de confiança. Manter as revisões em dia e usar peças originais são formas de prolongar a vida útil desses motores e evitar prejuízos.